Os desafios da transformação digital no Brasil.

A transformação digital ganhou ainda mais força quando empresas foram impactadas com a chegada da pandemia de Covid-19.

O que já era uma mudança de mentalidade dentro das empresas, tomou ainda mais velocidade e organizações focaram em se tornar mais modernas e acompanharem os avanços tecnológicos.

Nesse mundo onde a tecnologia avança mais rápido do que nunca, uma nova realidade surgiu e adaptar-se é uma necessidade.

Porém, a transformação digital não significa apenas automatizar processos, mas também, o uso da tecnologia como estratégia e forte influência dentro da cultura das empresas.

E dentro dessa transformação, um setor se mostrou parte fundamental: as telecomunicações.

O importante papel do setor de telecomunicações nessa transformação.

Apesar de já viver em constante avanço, o setor de telecomunicações ganhou grande tração nos últimos anos. Hoje, é impossível imaginar um mundo sem a habilidade de se comunicar a qualquer momento e de qualquer lugar.

Alguns fatores foram determinantes para esse impulso, mas com certeza a chegada da pandemia de COVID-19 acelerou esse processo, que, mesmo com a crise instaurada, deu ainda mais relevância ao setor de telecomunicações.

Um grande exemplo é a chegada e consolidação de tecnologias como o 5G, que afeta em todas as escalas das empresas e seguirá em grande desenvolvimento como parte fundamental no avanço dos demais setores.

De acordo com a Forbes, 76,2% das empresas já implementaram ou estão desenvolvendo planos de transformação digital. Dados que ultrapassam uma projeção apontada no relatório "Indústria 4.0: a digitalização como vantagem competitiva”, feito em 2016, que apontava que até 2021, essa porcentagem seria de 72%.

Todo esse crescimento só foi possível por conta da evolução do setor de telecomunicações, que desempenhou um papel central nos avanços tecnológicos.

A chegada do 5G e suas possibilidades.

Sendo cerca de 20 vezes mais rápida que a conexão 4G, um dos pontos mais interessantes da tecnologia 5G é a sua latência.

Para termos de comparação, podemos imaginar o 4G como um caminhão que, ao contrário do 2G, pode transportar muito mais informações, mas, quando comparado ao 5G que em nosso comparativo se assemelha muito mais a um avião (mais informações e em muito menos tempo) acaba ficando para trás.

Essa pequena ilustração nos exemplifica a diferença de latência entre as duas tecnologias, que é o tempo que um pacote demora para sair de um dispositivo, chegar a um servidor e voltar.

A latência de uma rede 4G é de 10ms a 50ms, no 5G é de 1ms a 5ms. Deu para notar a diferença?

A velocidade de comunicação tem sido o catalisador da disseminação de novas aplicações e com o 5G teremos mais velocidade, mais conectividade, menor latência e mais aplicações na palma da mão, como por exemplo:

- Armazenamento em nuvem;
- Streaming de música e vídeo;
- IoT;
- Cidades, cidadãos, comércios, agricultura e indústrias mais conectadas e automatizadas;
- Educação e saúde em escala;
- Entre outros.

A modernização também precisará chegar às áreas de TI.

A atualização dos profissionais do setor é imprescindível, pois é ele que irá proporcionar mais agilidade, automação e flexibilidade nos avanços necessários.

Esta modernização inicia na busca por profissionais com habilidades de transformar toda essa nova gama de tecnologias em algo prático e aplicável. Para exemplificar, podemos pegar um assunto que está em alta que são as realidades virtuais.

Neste ambiente, os usuários irão interagir com objetos num espaço online. O que com certeza irá exigir uma grande capacidade de processamento e com níveis de latência mais baixos.

Principais desafios no Brasil.

O Brasil é um país que possui uma boa base. Fazendo um panorama, podemos observar os seguintes números:

- 213 milhões de habitantes.
- 250 milhões de celulares.
- 40 milhões de acessos à banda larga fixa.
- 30 milhões de acessos à telefones fixos.
- 17 milhões de acessos à TV por assinatura.

Em países como a China e a Coreia, o 5G e suas oportunidades já estão disponíveis para grande parte da população, alcançar esse mesmo nível é justamente um dos desafios no Brasil.

Como sair dos 80 milhões de pessoas que de fato têm acesso a essa realidade e espalhar todos os 213 milhões? Porém, infelizmente, os desafios não param aí.

Devemos segmentar por porte de cidade, de escola, de estabelecimento, por poder aquisitivo?

Como fazer o conhecimento chegar às pessoas sem desvio ou falsas informações?

Como tirar proveito das novas tecnologias para aumentar a renda do brasileiro e assim angariar um aumento econômico?

Como descentralizar o poder das novas tecnologias?

Os desafios são extensos e vão requerer muito trabalho para que toda a eficiência das tecnologias que chegam ao solo brasileiro sejam aproveitadas.

Além de se preocupar em como tudo isso será distribuído, também é importante pensar na segurança em que esses dados irão transitar. Os investimentos em segurança devem estar alinhados a cada passo que as tecnologias evoluem.

- Implementação errada: na busca em manter-se sempre atualizada, algumas empresas têm dificuldade de implementar tecnologia de forma segura em seus processos.

- Não estar preparado contra ransowares: para o especialista da CySource, esse é um dos ataques mais perigosos que existem.

“Os criminosos podem travar todos os acessos de uma empresa, além de roubar as senhas de contas de banco, ter acesso a dados sigilosos e capturar arquivos pessoais para extorsão e chantagem.”

Tomar ações preventivas é a melhor estratégia e, algumas delas são:

- Estabeleça uma cultura de cibersegurança:

Uma vez que a porta de entrada da maioria dos hackers é através de funcionários que possuem acesso às informações.

Para minimizar os riscos, é importante construir uma cultura de cibersegurança, com regras estabelecidas, treinamentos e capacitações, de modo que todos cumpram as diretrizes de segurança estabelecidas.

É importante haver uma conscientização a respeito da segurança da informação e com isso, criar políticas internas quanto a ações aceitáveis ou não dentro do sistema.

- Aposte em um antivírus de qualidade:

Um bom antivírus é capaz de detectar rapidamente uma ameaça que seja baixada em um dispositivo.

O interessante é buscar versões corporativas. Antivírus mais completos utilizam um banco de dados de assinatura de vírus que ajudam a identificar ameaças e a colher informações sobre como o ataque acontece, podendo dessa forma, mitigar as técnicas utilizadas pelos invasores.

- Verifique as atualizações dos sistemas.

Além de atualizados, certifique-se que o sistema operacional, softwares e aplicativos usados dentro da empresa sejam originais e licenciados.
Utilizar softwares piratas podem apresentar brechas que facilitem invasões.
Já sobre as atualizações, são sem dúvidas fundamentais. Elas significam que os desenvolvedores do software estão num processo de melhoria contínua e sempre aplicando proteções extras para tornar seus produtos mais seguros.

- VPN’s dificultam a vida dos hackers:

As VPNS criptografam as informações, deixando sua captação muito mais dificultosa para os possíveis invasores.
Com isso, terceiros têm maior dificuldade em rastrear suas atividades online e roubar seus dados. Essa criptografia ocorre em tempo real.

A união entre ações preventivas e a utilização de ferramentas que aumentam a segurança das informações se torna a combinação perfeita.

Tendo em vista o constante aumento das invasões de hackers e o quão prejudicial isso pode se tornar para uma empresa, é necessário não medir esforços para que os dados estejam seguros.

A construção de um ambiente mais seguro é uma ação em conjunto que deve ser priorizada.

Os desafios são grandes, mas as expectativas a respeito do futuro das telecomunicações do Brasil são extremamente promissoras se essa pauta for tomada com responsabilidade e compromisso.